quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Uma estrutura dos mitos, por C.Lévi-Strauss

“Procederemos do mesmo  modo com o mito de Édipo, tentando sucessivamente diversas disposições dos mitemas até encontramos uma que satisfaça as condições (…). Suponhamos arbitrariamente que essa disposição seja representada pelo quadro seguinte (relembrando que não se trata de impô-lo, nem mesmo Sugeri-lo, aos especialistas em mitologia clássica, que certamente  Gostariam de modificá-lo, ou até mesmo rejeitá-lo):


Cadmo procura por sua irmã Europa, raptada por Zeus




Cadmo mata o dragao

Os Espartoi se exterminam uns aos outros




Lábdaco (pai de Laio) = “manco”?

Édipo mata seu pai, Laio
Laio (pai de Édipo) = “desajeitado”?


Édipo imola a Esfinge



Édipo = “pé inchado”?
Édipo se casa com sua mãe



Etéocles mata seu irmão, Polínice

Antígona enterra Políce, seu irmão, desrespeitando a proibição                                                    


 

Estamos, assim, diante de quatro coluna verticais, cada uma delas  agrupando várias relações pertencentes ao mesmo “feixe”. Se Fôssemos contar o mito, não levaríamos em conta essa disposição  em colunas e leríamos as linhas da esquerda para a direita e de cima para baixo. Porém, quando se trata de compreender o mito, uma  metade da ordem diacrônica (de cima para baixo) perde seu valor  “leitura” e a leitura é feita da esquerda para a direita, coluna por Coluna , tratando cada coluna como um todo”. (C.Lévi-Strauss, Antropologia estrutural, p.229-230)

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