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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A terceira margem do rio II

"Hora da palavra, hora de não dizer nada" JGR e Milton Nascimento.
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"Baleia assustou-se. Que faziam aqueles animais soltos de noite? Franziu as ventas, procurando distinguir os meninos. Estranhou a ausência deles.
"Não se lembrava de Fabiano. Tinha havido um desastre, mas Baleia não atribuía a esse desastre a impotência em que se achava nem percebia que estava livre de responsabilidades. Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar as cabras: àquela hora cheiros de suçuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas. Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do caritó onde sinha Vitória guardava o cachimbo.
"Uma noite de inverno, gelada e nevoenta, cercava a criaturinha. Silêncio completo, nenhum sinal de vida nos arredores. O galo velho não cantava no poleiro, nem Fabiano roncava na cama de varas. Estes sons não interessavam Baleia, mas quando o galo batia as asas e Fabiano se virava, emanações familiares revelavam-lhe a presença deles. Agora parecia que a fazenda se tinha despovoado.
"Baleia respirava depressa, a boca aberta, os queixos desgovernados, a língua pendente e insensível. Não sabia o que tinha sucedido. O estrondo, a pancada que recebera no quarto e a viagem difícil do barreiro ao fim do pátio desvaneciam-se no seu espírito.
"Provavelmente estava na cozinha, entre as pedras que serviam de trempe. Antes de se deitar, sinha Vitória retirava os carvões e a cinza, varria com um molho de vassourinha o chão queimado, e aquilo ficava um bom lugar para cachorro descansar. O calor afugentava as pulgas, a terra se amaciava. E, findos os cochilos, numerosos preás corriam e saltavam, um formigueiro de preás invadia a cozinha.
"A tremura subia, deixava a barriga e chegava ao peito de Baleia. Do peito para trás era tudo insensibilidade e esquecimento. Mas o resto do corpo se arrepiava, espinhos de mandacaru penetravam na carne meio comida pela doença.
"Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente sinha Vitória tinha deixado o fogo  apagar-se muito cedo.
"Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia a mão de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes" Graciliano Ramos, Vidas Secas (Fragmento).

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'Mas estes versos não cantei pra ninguém ouvir, não valesse a pena. Nem eles me deram refrigério. Acho que porque eu mesmo tinha inventado o inteiro deles. A virtude que tivessem de ter, deu de se recolher de novo em mim, a modo que o truso dum gado mal saído, que em sustos se revolta para o curral, e na estreitez da porteira embola e rela. Sentimento que não espairo; pois eu mesmo nem acerto com o mote disso - o que queria e o que não queria, estória sem final. O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito - por coragem. Será? Era o que eu às vezes achava. Ao clarear do dia" J.G.Rosa, Grande sertão: veredas, p.333-334.
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A Zeus. 
Adeus.
16 de janeiro de 2011.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Descanso em Seabra-BA

Quanta beleza na Chapada Diamantina! Quanta Riqueza! Quanta Borboleta! Quanta exclamação!!






quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Lavagem do Bonfim 2011

2ª quinta-feira, neste 13 de janeiro aconteceu em Salvador a lavagem das escadarias da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo do Bonfim 2011.  Acordei cedo para tentar sentir a movimentação das pessoas e da cidade em função do evento. Para a cidade é praticamente feriado: na parte baixa o comércio não funciona; os bancos têm horário especial para atendimento; o trânsito é revirado... Por mais que as autoridades, políticas ou religiosas, tentem “organizar” a “festa”, quem o faz é o povo: antes que o celebrante declare iniciada a romaria, já tem gente caminhando há muito tempo. Todos os partidos políticos da Bahia se fazem representar, de forma ostensiva, pessoas como ACM Neto e Jacques Vágner têm seus próprios “blocos” na caminhada. Pelo lado religioso, participaram da festa e tiveram voz, oficialmente, representantes católicos, espíritas, batistas, hinduístas e orientações afrobrasileiras. Em se tratando de festa, aqui em Salvador parece que ela não acaba quando acaba: termina a cerimônia oficial, mas os tambores continuam soando. Deve estar acontecendo agora o Bonfim Light, evento mais liberto da religiosidade e que mantém reunidos música e muita gente. Enfim, difícil como o Brasil: se a caminhada liga uma igreja católica a outra igreja católica, todos os interesses da boa política baiana estão envolvidos e todos carregam patuás, acho que até o padre.













quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Chuva



Molho em dia de chuva e muita emoção em Salvador: saudades e certezas.

Guenon: as duas intuições


“La science est la connaissance rationelle, discursive, toujours indirecte, une connaissance  par reflet. Cette intuition intelectuelle pure, sans laquelle Il n’y a pas de métaphysique vraie, ne doit d’ailleurs aucunement être assimillée à l’intuition don’t parlent certains philosophes contemporains, car celle-ci est, au contraire, infra-rationelle. Il y a  une intuition intelectuelle et une intuition sensible; l’une est au delà de la raison, mais l’autre est en deçà.; cette dernière ne peut saisir que le monde du changement et du devenir, c´est-à-dire la nature, ou plutôt un infime partie de la nature. Le domaine de l’intuition intelectuelle, au contraire, c´est le domaine des principles éternels et immuables, c´est le domaine métaphysique” René Guenon, apud Consuelo Albergaria, O Bruxo da linguagem no grande sertão, p.27

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Muito sol e calor

Manhã e tarde de sol de lascar em Salvador nesta terça. Aquisições no Sebo Brandão: O Tarô de Marselha, de Dicta e Françoise; O Tarô Gótico, de Elizabeth Queiroz; O Tarô de Marselha, de Carlos Godo; A Sabedoria do Tarô, de Elisabeth Haich;  O Tarô egípcio, de Bernd A. Mertz; Geografia dos mitos brasileiros, de Luis da Camara Cascudo, Contos Tradicionais do Brasil, também de Camara Cascudo e Estudos afrobrasileiros, de Roger Bastide. O Dinheiro acabou, mas ficaram lá O Candoblé da Bahia e Religiões africanas no Brasil, também de Bastide, entre muitos outros que eu gostaria de levar comigo.









Segunda tentativa de ordenação


INTRODUÇÃO

Apresentação dos a) objetivos, b) métodos e c) resultados esperados, seguindo o caminho teórico aberto por Consuelo Albergaria (1977), Kathrin Holzermayr Rosenfield (1993), Francis Utéza (1994) e Maria Zaira Turchi (2003): a) estudar o “sertão” como espaço imaginado e definir seus limites, as trajetórias das imagens que o compõem e elaborar um “mapa” imaginário do espaço de acordo com a fala de Riobaldo; b) mitocrítica e mitanálise com pretensões de topoanálise do discurso de Riobaldo e c) identificar as trajetórias das imagens, seus regimes, limites e origens míticas e materiais, propondo uma nova leitura do espaço.

CAPÍTULO I: OS TRAJETOS ANTROPOLÓGICOS DO IMAGINÁRIO

1 A história

Remontar a composição dos fatos, contemplando as “interferências” discursivas no ato de contar.

2 O mito

Apresentar o mito como elemento possível graças à mecânica relativista einsteineana, dentro do Novo Espírito Científico.

3 A Imagem e a imaginação

Considerar as imagens e a imaginação, bem como os sonhos e os devaneios como “realidades” para o homem.

4 O Imaginário

Com base no estudo das trajetórias antropológicas das imagens, proposto pó Gilbert Durand, esclarecer em que consiste esse método de análise.

5 Os regimes da imagem

Definir sucintamente os regimes em que Durand divide as imagens.

5.1 O Regime diurno

A antítese: o enfrentamento do tempo.

5.2 O Regime noturno

Os eufemismos: a tentativa de convivência com o tempo.

6 Os Trajetos das imagens

Inventariar os percursos das imagens e de suas significações.

7 A Mitocrítica e a mitanálise

Propor analisar o espaço encaixando-o na história mítica das imagens.

8 A Topoanálise

Propor o mapeamento imaginário do espaço-sertão.

CAPÍTULO II : O GRANDE SERTÃO VEREDAS E O ESPAÇO SERTÃO

1 O Espaço sertão

Exposição da base física e da projeção imaginária e mítica.

2 A Invenção do espaço

A Construção discursiva hegemônica sobre os diversos espaços do ser.

3 A Invenção da Nação

A pátria geográfica.

3.1 As interpretações dualistas e suas críticas

A tradição da leitura literária da brasilidade sob a perspectiva das dicotomias litoral/interior; moderno/arcaico; urbano/rural e outras.

3.2 Os intérpretes do Brasil

A tradição das ciências sociais no Brasil, desde seus primeiros passos, nos anos 30 e 40, na USP, com a presença de professores estrangeiros como Claude Lévi-Straus, Roger Bastide e outros.

4 A Invenção da Tradição

A academia legitima o discurso hegemônico e estabelece a interpretação dominante sobre o espaço.

5 A invenção do sertão

O discurso hegemônico, ao definir o que é o Brasil, também o faz por exclusão. Optando pela tradição européia, ainda que em forma de cópia, desloca para o “sertão” o que “não confere” com o conceito que se pretende para o Brasil. Se o Brasil é moderno e culto e está inserido na civilização ocidental, o sertão é o contrário disso. Outlier.

6 O Sertão imaginado

Mudando a perspectiva, passando da racionalidade do velho espírito científico para a uma abordagem que ser pretende mais abrangente, o “sertão” passa a ser o centro de irradiação da brasilidade, repositório do imaginário “autêntico” das múltiplas tradições, ocidentais e orientais, racionais e imaginárias.
 
7 Os marcadores do sertão

Identificar os sinais que fazem com que se reconheça uma “realidade” como sertaneja: o vaqueiro, o peão, a roça, o pouso, a fala “própria”, o tempo fora do compasso, mais “lento”.

8 Os limites do espaço imaginado

Buscar nos novos estudos de Geografia e de Paisagens possibilidades de interpretações que contemplem essa nova perspectiva. Não deverá haver afastamento das propostas de Durand.


CAPÍTULO III:

1 O Sertão como mito da nacionalidade

O sertão deve mudar sempre para mais longe, à medida que o “progesso” ou o “Brasil” avança sobre ele. Falso mito.

2 O Sertão como travessia da personalidade

Na perspectiva de Durand, o sertão passa a significar a experiência “real” imaginada sobre a existência. As pessoas vivem o sertão como um “estado de espírito” e, por isso, ele está em toda parte. E “sertão não é longe daqui”.

3 O Sertão como cópia “autêntica” da brasilidade

Trata-se de redimensionamento da matriz imaginária geral da humanidade e reconhecer no sertão expressão mais precisa dessa matriz.

3.1 A Dialética da direção

Trata-se de reconhecer o intercâmbio das imagens, do que existe num discurso e que não é próprio dele, como ele projeta, inadequadamente.

3.2 O Discurso do colonizado

Com a tentativa de unificar o discurso, globalmente, o resultado foi a aparecimento de entre-lugares, sobre-coisas, hibridismos, com o aparecimento de um discurso, também global, de questionamentos da hegemonia.

4 Os Marcadores míticos do espaço imaginado

Tratas-se de identificar as fontes que ligam o sertão de Riobaldo às mais diversas tradições míticas, manancial de todas as falas.

5 Os trajetos antropológicos das imagens do sertão

Definir como fontes se apresentam na fala do ex-jagunço Riobaldo e propõe uma nova leitura do espaço, do tempo, da personalidade e da brasilidade.

6 Os limites do sertão de Riobaldo

Definir o alcance da fala de Riobaldo, especificamente, com relação às questões da linguagem, da narrativa e da metafísica. 

7 Topografia do imaginário do Grande sertão:veredas

Pela linguagem de Riobaldo, seu monólogo, localizar ou relacionar o físico com o metafísico, no confronto do homem com o espaço que lhe dá forma. 

8 Topoanálise do sertão imaginado

Interpretação e “mapeamento” do sertão imaginado por Riobaldo, com base nos mitos e imagens que o compões, “que o produziu e depois o cuspiu do quente da boca”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As de sempre.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARISTÓTELES; HORÁCIO; LONGINO. A poética clássica. São Paulo: Cultrix, 1997.
AUERBACH, Erich. Mimesis. A representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 1976.
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Tradução Myriam Ávila, Eliana Lourenço de Lima Reis, Gláucia Renates Gonçalves. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios de literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Ática, 1999.
__________ . Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. São Paulo: Editora da UNESP, 1993. Capítulo: Epos e romance (sobre a metodologia do estudo do romance).
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Tradução Antonio de Pádua Danesi. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
____________. A psicanálise do fogo. Tradução Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
____________. O Novo espírito científico. Tradução Juvenal Hahne Junior. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1968.
____________. A Formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
BOOTH, Wayne C. A retórica da ficção. Rio de Janeiro: Arcádia, 1980.

CANDIDO, Antonio & CASTELLO, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira: das origens ao realismo. São Paulo: Bertrand Brasil, 2008.
CANDIDO, Antonio. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1987.
_________. Formação da literatura brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981.
_________. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2008.
COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.
DURAND, Gilbert. As Estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. Tradução Helder Godinho. 3ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
LIMA, Luiz Costa. Sociedade e discurso ficcional. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
_________. Vida e mimesis. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1995.
_________. O controle do imaginário: razão e imaginário no Ocidente. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983.
MERCHIOR, José Guilherme. Razão do poema. Ensaios de crítica e de estética. 2ª edição. Rio de Janeiro:  Topbooks, 1996.
PAZ, Octavio. Signos em rotação. 2ª edição. São Paulo: Perspectiva, 1976.
RICOEUR, Paul. Interpretação e ideologias. Organização, tradução e apresentação Hilton Japiassu. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983.
__________________. Cenas da enunciação. São Paulo, Cortez, 2008.
SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Tradução Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SAHLINS, Marshall David. Cultura e razão prática. Tradução Sérgio Tadeu Niemayer Lamarrão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
__________________. Cultura na prática. Tradução Vera Ribeiro. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

"A terceira margem do rio"



Para Riobaldo os rios não escorrem horizontalmente, mas crescem, como árvores, na vertical, como um grande tronco. Suas margens são abismos, paredões, precipícios. Toda a matéria viva na Terra “cresce” nessa mesma direção, em busca de luz. Por isso os “rios bonitos” são os que nascem no poente (na sombra) e caminham, subindo em direção à luz, ao sol nascente. São orientados para  o conhecimento. “Hora da palavra, hora de não dizer nada, fora da palavra, quando mais dentro aflora toda a palavra, rio”. O homem no meio do rio, como o "diabo na rua, no meio do redemoinho".
Aspas para JGR, via Riobaldo, e Milton Nascimento.

Salvador-BA

Não sei por que cargas d'água (inclusive não choveu!), enfrentei uma espera absurda para o embarque no ferry em Bom Despacho. Coisa cansativa, mesmo. Aquilo não pode ser normal. Era pra ter chegado antes do meio-dia a Salvador e só consegui me instalar depois das 3 da tarde. Mais uma surpresa: o hotel não tinha garagem suficiente para Clio e estou pagando diária para o carro também. Dois absurdos, mas a cidade vale a pena. Tem muita coisa acontecendo, mas como não tenho dinheiro, vou buscar atrações gratuitas, andar pela cidade, fotografar e filmar.










Vera Cruz, Itaparica

Eu viveria aqui, tranquilamente. 

domingo, 9 de janeiro de 2011

Chuva em Morro de São Paulo

Quem veio a Morro de São Paulo neste final de semana (7-9/01/11) encontrou chuva o tempo todo, céu nublado quase sempre e sol quase nunca. Não deve ter sido um final de semana interessante para quem veio em busca de praia. Como comentou alguém no Climatempo: "Morro de São com chuva ninguém merece". No meu caso, diferença nenhuma, a não ser um pouco mais de emoção nas travessias de barco para a ilha e a de volta pra Valença, sob chuva em alguns momentos. Estou na costa há cinco dias e entrei no mar uma única vez, atendendo a um pedido, eu acho. Não senti o que sentia antes quando, apenas ao me aproximar, já queria descer e correr para o mar, para onde ele quebrava na praia. Acho que agora estou mergulhado em mim. Desta vez, caminhei horas e horas na areia, olhando, ouvindo, cheirando, fotografando e filmando. De botina.

As sequências de Kathrin: a terceira (p.160-234)



"O que significa ser jagunço?


"Riobaldo luta ao lado do Hermógenes, ou seja, ele se implica praticamente na ação do chefe infernal. Esta implicação trará à tona a confusão e a identidade secreta que unem esses dois homens, apontando assim para a temática da 'mistura' inextricável, da 'doideira' e do 'verter' sub-reptício. O contraste e a contradição entre Hermógenes e Joca Ramiro culmir=nam na cena do julgamento na Fazenda Sempre Verde, na qual os dois chefes revelam-se como princípios opostos, porém complementares (Hermógenes representando a selvageria primordial da luta à morte, Joca Ramiro - pelo menos nessa cena -, a justiça e o desvio simbólico das regras). A oposição termina no assassinato de Joca Ramiro e na guerra intestina dos jagunços: os 'Hermógenes' contra os 'Ramiros'".


Kathrin Holzermayr Rosenfield, Grande sertão: veredas - Roteiro de Leitura, p.29.

Domingo em Valença

De novo, plano mudado. Era pra amanhecer segunda em Nazaré ou Bom Despacho, mas o clima e a preguiça me convenceram a passar o domingo ainda em Valença. De qualquer forma, chegando a Salvador na segunda-feira, terei tempo de sobra pra procurar livros e participar da lavagem do Bonfim, que acontece na quinta, 13. Vou seguir as Baianas, em cortejo, da Conceição até o Bonfim, com os Filhos de Ghandi e o Ilê Aiyê. Para as bênçãos de Pai Oxalá/Nosso Senhor do Bonfim. Aí começo a voltar.