Pandemonium
No fundo de tristeza e de agonia
O teu perfil passa-me noite e dia.
Afrito, aflito, amargamente aflito,
Num gesto estranho que parece um grito.
E ondula e ondula e palpitando vaga,
Como profunda, como velha chaga...
Uma visão gerada do teu sangue
Quando no Horror te debateste exangue
Por toda a parte escrito em fogo eterno:
Inferno! Inferno!, Inferno! Inferno! Inferno!
E os emissários espectrais das mortes
Abrindo as grandes asas flami-fortes...
Tais são os vagos círculos inquietos
Dos teus giros de lágrimas secretos.
Eis que te reconheço escravizada,
Divina Mãe, na dor acorrentada.
CRUZ E SOUSA
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
MÃE ESCRAVA
23:40
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