"O limite, de qualquer natureza, representa um arquétipo denso de contradições que, ao mesmo tempo, atrai e repele. Para os povos primitivos, o limite representava o início da cidade e do mundo; Rômulo traçou com o arado o sulco dos limites de proteção de sua cidade. O mesmo valor simbólico atribuído aos sulcos, fossos e muralhas para defender o espaço mágico-religioso da cidade foi transferido, numa reprodução mecânica, também para os limites naturais: mares, montes, acidentes geográficos e rios. A localização de um único e mesmo arquétipo, repetível sem restrições, em variantes cada vez mais diversificadas, não consegue banalizar ou diminuir o simbolismo do limite que faz parte 'da nostalgia das formas transcendentes, neste caso, do espaço sagrado' (Eliade, 1993,p.311)" Maria Zaira Turchi, Literatura e antropologia do imaginário, p.104.
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