D. Tareja
As nações todas são mysterios,
Cada uma é todo o mundo a sós,
Ô mãe de reis e avó de impérios,
Vella por nós!
Teu seio augusto amamentou
Com bruta e natural certeza
O que, imprevisto, Deus fadou.
Por elle reza!
Dê tua prece outro destino
A quem fadou o instincto teu!
O homem que foi o teu menino
Envelheceu.
Mas todo vivo é eterno infante
Onde estás e não ha dia.
No antigo seio, vigilante,
De novo o cria!
Fernando Pessoa, de Mensagem, em O Eu profundo e os outros eus, p.60.
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