sábado, 1 de janeiro de 2011

Pesos e olhares



"Sou profundamente, essencialmente religioso, ainda que fora do rótulo estrito e das fileiras de qualquer confissão ou seita; antes, como o Riobaldo do GSV, pertenço eu a todas. E especulativo demais. Daí todas as minhas, constantes, preocupações religiosas, metafísicas, embeberem os meus livros. Talvez meio existencialista-cristão (alguns me classificam assim), meio neoplatônico (outros me carimbam disto), e sempre impregnado de hinduísmo (conforme terceiros). Os livros são como eu sou [...]
"Ora, você já notou, decerto, que como eu, os meus livros, em essência, são 'antiintelectuais' - defendem o altíssimo primado da intuição, da revelação, da inspiração, sobre o bruxulear presunçoso da inteligência reflexiva, da razão, a megera cartesiana. Quero ficar com o Tao, com os Vedas e Upanixades, com os evangelistas e São Paulo, com Platão, com Plotino, com Bergson, com Berdiaeff - com Cristo, principalmente. Por isso mesmo, como apreço de essência e acentuação, assim gostaria de considerá-los: a) cenário e realidade sertaneja, 1 ponto; b) enredo, 2 pontos; c), poesia, 3 pontos e d) valor metafísico-religioso, 4 pontos." Correspondência de JGR com seu tradutor italiano apud Francis Utéza, Metafísica do grande sertão, p.21.


De fato, nesses caminhos pelos "Gerais" sei que estive olhando para 1 ponto e me esforçando para sentir outros 9.

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