sábado, 8 de janeiro de 2011

Antônio Dó e Andalécio - Parte 1



"A história de Antônio Dó, do Andalécio, tem uma realidade. Uma realidade.
"(...)
"O Antônio Dó foi o seguinte: era um rapaz moderno, muito esforçado e trabalhador. Ficou sem pai e sem mãe lá no Norte. Eram três irmãos; o nome da irmã dele eu esqueço. Agora dos dois irmãos eu me recordo. O caçula chamava Herculano, e o mais velho, José. A irmã eu já pelejei para lembrar o nome dela; não pude.
"Então ele saiu sozinho de lá e veio para cá procurar jeito de vida. Melhoramento de vida. (...) Ele vindo, com esse jeito muito trabalhador, chegou no município de São Francisco, aposseou por lá, ia ficando. Foi trabalhando, foi desenvolvendo muito. Quando já estava bem de vida, ele disse: 'Eu vou em minha terra buscar meus três irmãos para vir morar comigo'.
"Ele, sozinho, foi. Quando chegou lá - a irmã era mais velha -, encontrou ela amasiada com um sujeito por nome de Marcilino. Ele, para não contrariar ela, no dia da viagem de volta resolver trazer o Marcilino também (...).
"Antônio Dó já criava muito gado, muito porco, muito bode, em quantidades. O Marcilino tomou conhecimento lá. E com aqueles açougueiros de dentro da cidade de São Francisco, ele deu para roubar. Começou roubando bode, pegava na fazenda e levava para lá, vendendo, bebendo cachaça e enganando. Arranjou logo amizade com os policiais. Quando ele tomou conhecimento do campo, do gado que Antônio tinha, ele deixou os bodes - que criava bode demais -, e lançou mão do gado. Danou a roubar".

Depoimento de Anísio Madureira, concedido a Eduardo Magalhães Ribeiro, Wellington Carneiro Figueiredo e Arnaldo Inácio Correia em Januária-MG, agosto de 2008, que se encontra em Histórias dos gerais, Editora UFMG, 2010 (adaptado).

Um comentário:

  1. Boa tarde! Eu conheço um pouco da história pois sou bisneta de Herculano irmão de Antônio Dó, um dos filhos de Herculano chamado Cristino (meu avô) ainda é vivo, sabe toda a história de seu tio Antônio Dó.

    Fabíola Lisboa

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