terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Segunda tentativa de ordenação


INTRODUÇÃO

Apresentação dos a) objetivos, b) métodos e c) resultados esperados, seguindo o caminho teórico aberto por Consuelo Albergaria (1977), Kathrin Holzermayr Rosenfield (1993), Francis Utéza (1994) e Maria Zaira Turchi (2003): a) estudar o “sertão” como espaço imaginado e definir seus limites, as trajetórias das imagens que o compõem e elaborar um “mapa” imaginário do espaço de acordo com a fala de Riobaldo; b) mitocrítica e mitanálise com pretensões de topoanálise do discurso de Riobaldo e c) identificar as trajetórias das imagens, seus regimes, limites e origens míticas e materiais, propondo uma nova leitura do espaço.

CAPÍTULO I: OS TRAJETOS ANTROPOLÓGICOS DO IMAGINÁRIO

1 A história

Remontar a composição dos fatos, contemplando as “interferências” discursivas no ato de contar.

2 O mito

Apresentar o mito como elemento possível graças à mecânica relativista einsteineana, dentro do Novo Espírito Científico.

3 A Imagem e a imaginação

Considerar as imagens e a imaginação, bem como os sonhos e os devaneios como “realidades” para o homem.

4 O Imaginário

Com base no estudo das trajetórias antropológicas das imagens, proposto pó Gilbert Durand, esclarecer em que consiste esse método de análise.

5 Os regimes da imagem

Definir sucintamente os regimes em que Durand divide as imagens.

5.1 O Regime diurno

A antítese: o enfrentamento do tempo.

5.2 O Regime noturno

Os eufemismos: a tentativa de convivência com o tempo.

6 Os Trajetos das imagens

Inventariar os percursos das imagens e de suas significações.

7 A Mitocrítica e a mitanálise

Propor analisar o espaço encaixando-o na história mítica das imagens.

8 A Topoanálise

Propor o mapeamento imaginário do espaço-sertão.

CAPÍTULO II : O GRANDE SERTÃO VEREDAS E O ESPAÇO SERTÃO

1 O Espaço sertão

Exposição da base física e da projeção imaginária e mítica.

2 A Invenção do espaço

A Construção discursiva hegemônica sobre os diversos espaços do ser.

3 A Invenção da Nação

A pátria geográfica.

3.1 As interpretações dualistas e suas críticas

A tradição da leitura literária da brasilidade sob a perspectiva das dicotomias litoral/interior; moderno/arcaico; urbano/rural e outras.

3.2 Os intérpretes do Brasil

A tradição das ciências sociais no Brasil, desde seus primeiros passos, nos anos 30 e 40, na USP, com a presença de professores estrangeiros como Claude Lévi-Straus, Roger Bastide e outros.

4 A Invenção da Tradição

A academia legitima o discurso hegemônico e estabelece a interpretação dominante sobre o espaço.

5 A invenção do sertão

O discurso hegemônico, ao definir o que é o Brasil, também o faz por exclusão. Optando pela tradição européia, ainda que em forma de cópia, desloca para o “sertão” o que “não confere” com o conceito que se pretende para o Brasil. Se o Brasil é moderno e culto e está inserido na civilização ocidental, o sertão é o contrário disso. Outlier.

6 O Sertão imaginado

Mudando a perspectiva, passando da racionalidade do velho espírito científico para a uma abordagem que ser pretende mais abrangente, o “sertão” passa a ser o centro de irradiação da brasilidade, repositório do imaginário “autêntico” das múltiplas tradições, ocidentais e orientais, racionais e imaginárias.
 
7 Os marcadores do sertão

Identificar os sinais que fazem com que se reconheça uma “realidade” como sertaneja: o vaqueiro, o peão, a roça, o pouso, a fala “própria”, o tempo fora do compasso, mais “lento”.

8 Os limites do espaço imaginado

Buscar nos novos estudos de Geografia e de Paisagens possibilidades de interpretações que contemplem essa nova perspectiva. Não deverá haver afastamento das propostas de Durand.


CAPÍTULO III:

1 O Sertão como mito da nacionalidade

O sertão deve mudar sempre para mais longe, à medida que o “progesso” ou o “Brasil” avança sobre ele. Falso mito.

2 O Sertão como travessia da personalidade

Na perspectiva de Durand, o sertão passa a significar a experiência “real” imaginada sobre a existência. As pessoas vivem o sertão como um “estado de espírito” e, por isso, ele está em toda parte. E “sertão não é longe daqui”.

3 O Sertão como cópia “autêntica” da brasilidade

Trata-se de redimensionamento da matriz imaginária geral da humanidade e reconhecer no sertão expressão mais precisa dessa matriz.

3.1 A Dialética da direção

Trata-se de reconhecer o intercâmbio das imagens, do que existe num discurso e que não é próprio dele, como ele projeta, inadequadamente.

3.2 O Discurso do colonizado

Com a tentativa de unificar o discurso, globalmente, o resultado foi a aparecimento de entre-lugares, sobre-coisas, hibridismos, com o aparecimento de um discurso, também global, de questionamentos da hegemonia.

4 Os Marcadores míticos do espaço imaginado

Tratas-se de identificar as fontes que ligam o sertão de Riobaldo às mais diversas tradições míticas, manancial de todas as falas.

5 Os trajetos antropológicos das imagens do sertão

Definir como fontes se apresentam na fala do ex-jagunço Riobaldo e propõe uma nova leitura do espaço, do tempo, da personalidade e da brasilidade.

6 Os limites do sertão de Riobaldo

Definir o alcance da fala de Riobaldo, especificamente, com relação às questões da linguagem, da narrativa e da metafísica. 

7 Topografia do imaginário do Grande sertão:veredas

Pela linguagem de Riobaldo, seu monólogo, localizar ou relacionar o físico com o metafísico, no confronto do homem com o espaço que lhe dá forma. 

8 Topoanálise do sertão imaginado

Interpretação e “mapeamento” do sertão imaginado por Riobaldo, com base nos mitos e imagens que o compões, “que o produziu e depois o cuspiu do quente da boca”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As de sempre.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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