“Do Beco da Vila Rica
No Beco da Vila Rica
tem sempre uma galinha morta;
Preta, amarela, pintada ou carijó.
Que importa?
Tem sempre uma galinha morta, de verdade.
Espetacular, fedorenta.
Apodrecendo ao deus-dará.
[...]
A estória da Vila Rica
é a estória mal contada,
em regras mal traçadas.
Vem do século dezoito,
vai para o ano dois mil.
Vila Rica não é sonho, inventação,
imaginária, retórica, abstrata, convencional.
É real, positiva, concreta e simbólica.
Involuída, estática.
Conservada, conservadora.
E catinguda”
Cora Coralina, Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. (Fragmento).
Cora Coralina, Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. (Fragmento).
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