Campos gerais nas proximidades da nascente do Rio Carinhanha |
Escolhi como minha leitura do Grande sertão: veredas aquela que se interessa pelos aspectos metafísicos da obra, que contemplam abordagens religiosas, esotéricas e místicas do texto. Estou convicto de que sigo pistas deixadas por JGR, em suas raríssimas entrevistas, correspondências e nos quatro prefácios de Tutaméia. Meus guias passam a ser então, nessa vereda: as interpretações esotéricas, mitológicas e metafísicas – representadas por estudiosos como Consuelo Albergaria (1977), Francis Utéza (1994), Kathrin H. Rosenfield (1993) e Heloísa Vilhena de Araújo (1996), entre outros. Já disse que o parâmetro teórico é o texto de Gilbert Durand, As Estruturas antropológicas do imaginário.
Trata-se de uma retomada histórica, posto que esta abordagem da obra, apesar do grande prestígio que teve nos últimos vinte anos, perdeu espaço para trabalhos que levam a análise para o campo das ciências sociais, condições importantes, sem dúvida, sobre a proposta de releitura da brasilidade, dos vários brasis, retomando as velhas discussões das dicotomias litoral/interior, moderno/arcaico, novo/tradiconal, níveis tecnológicos, defasagens técnicas e diferenças de tempo.
Uma coisa é certa já nesse momento: minha preocupação é literária, não pretendo me afastar nem um palmo das palavras de Riobaldo, que compõem todo o texto, de "nonada" a "travessia".
Por exermplo: começar do começo. A história da "matéria vertente" narrada por Riobaldo começa nas margens do Rio São Francisco, que partiu a vida dele, Riobaldo, em duas partes, duas margens: um antes e um depois. Devo acrescentar que "antes" e "depois" são dimensões temporais e o tempo só vai me interessar enquanto instância aprisionada pelo espaço vivido, para além da memória, na imaginação.
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