Foco narrativo
Narrador numa 3ª pessoa onisciente (debreagem de Madame de La Fayette, talvez ajudada por seu amante Rochefoucauld, com quem teria vivido enredo similar com o narrado em La Princesse de Clèves).
O narrador faz julgamentos de valor, revelando os costumes e ideologia da época.
O narrador “cede” a palavra a personagens, em digressões, por 4 vezes: primeiro, à Senhora de Chartes, que fala à filha sobre a estrutura da Corte de França, p.47-52; segundo, ao Senhor de Clèves, que relata à esposa as aventuras do Senhor D'Anville, p.65-69; terceiro, à delfina Maria Stuart, que fala à Princesa de Clèves sobre a história de Ana Bolena e a Corte da Inglaterra, p.85-87; quarto, a A Carta, destinada ao Vidama, p.95-97 (os números das páginas fazem referência à edição Record, 1985).
Espaço:
Corte do Rei Henrique II (1547-1559) (filho de Francisco I e Catarina de Médicis), França
Alguns lugares:
Paris, Toulon, Navarra, Chantilly, a casa de campo do Senhor e da Senhora de Clèves (Coulommiers), Louvre,
Outros lugares: os aposentos da Rainha em palácio, aposentos da Senhora de Clèves na Corte, aposentos da Senhora de Clèves em Coulommiers
Tempo:
Publicação anônima de A Princesa de Clèves: 1678
Não posso afirmar mas imagino o tempo da narrativa entre 1557 a 1561
Personagens:
Mlle. De Chartes, a Princesa de Cléves
Duque de Nemours, cavaleiro do reino
Príncipe de Clèves
Henrique II (reinou sobre a França sob as ordens da mãe, Catarina, entre 1547 e 1559)
Catarina de Médicis
Maria Stuart
O Vidama
Outros
Mínimo resumo:
Primeira parte:
Na corte de Henrique II. A belíssima Mlle de Chartes é apresentada à Corte. O Príncipe de Clèves a pede em casamento. Ela o aceito, mas sem amor, e o drama começa. O Príncipe ama e, apesar de extremamente respeitado pela esposa dedicada, não é amado por ela, que se apaixona pelo Duque de Nemours. O Duque de Nemours sente-se desesperadamente apaixonado por ela. A mãe da princesa, antes de morrer repentinamente, lhe deixa conselhos de sensatez e de respeito ao marido que a ama e protege e dos riscos que seria se envolver com o Duque de Nemours ou qualquer outro que não seu marido. Como última mensagem a mãe deixa à filha a certeza da condenação se tomasse o caminho de sua inclinação pelo Duque.
Segunda parte:
Adquire-se a cada de campo de Coulommiers, uma espécie de refúgio da Princesa contra seus sentimentos, imaginando que, afastando-se o mais que pudesse da Corte, teria menos possibilidade de ver Nemours, obtendo, assim, sossego de alma. Causa estranhamento ao marido, que se inquieta de ciúmes. Pela paixão que sente, Nemours renuncia a um casamento que lhe faria rei da Inglaterra. A Princesa de Clèves, porém, se não é senhora de seus sentimentos, decide comandar seus atos. As crises de ciúme do Senhor de Clèves aumenta a limites intoleráveis. O episódio da carta perdida enderaçada ao Vidama (que a Princesa imaginou fosse endereçada a Nemours) a fez conhecer o ciúme.
Terceira parte:
O mistério da carta é esclarecido e a Princesa percebe que o episódio não diz respeito a Nemours. Para a contrariedade do marido, a Princisa quer ficar cada vez mais tempo no campo, longe da Corte, despertando mais e mais suspeitas no Príncipe de Clèves. Não vendo outra saída, a Princesa decide confessar seus sentimentos ao marido, sugerindo que o melhor a fazer é que ela deixe definitivamente a Corte. O marido é tomado de muitos sentimentos, pela sinceridade inesperada e única da esposa, dos ciúmes, da impossibilidade de saber o nome do seu rival. Oculto, Nemours ouve toda essa conversa, que ocorreu na sala da casa de Coulommiers. Ele se desespera pelo fato de se saber amado e de não receber nenhuma resposta desse amor da pessoa que também ama. O Príncipe contrata vigilantes e descobre que seu rival é Nemours. A Princesa implora a Nemours, sem resultados, que a deixe em paz, que se afaste. Imprudentemente, Nemours comenta com um amigo sobre esse triângulo, omitindo os nomes, mas a história começa a circular na Corte, colocando suspeitas nos três atores verdadeiros.
Quarta parte:
Uma vez mais a Princesa tenta se esconder em Coulommiers, afastando-se da Corte, mas Nemours não desiste e continua aparecendo, mesmo à noite, para observá-la, tentar lhe falar. Novas tentativas de conquistas, novos insucessos. Guardas do Príncipe de Clèves denunciam a presença de Nemours em Coulommiers, que então se convence de que é traído e morre, doente, com a tristeza desse sentimento, elogiando a virtuosa infidelidade da sua esposa. Mesmo com as insistentes aproximações de Nemours, após a morte de Senhor de Clèves, A princesa se mantem firme no controle de seus atos, recusando-se a novo casamento e se recolhendo a lugar distante, ocupando-se de trabalhos ligados a obras da igreja.
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